É um imenso prazer participar desta equipe e oportunizar que todos conheçam nossa unidade escolar e o trabalho desenvolvido. Um ótimo ano para nós, que consigamos ultrapassar todas as barreiras e sairmos satisfeitos pelo nosso desempenho.
Grande abraço a todos, Profª Julie.
ESTE ESPAÇO É DESTINADO A REFLEXÃO SOBRE AS GRANDES TEMÁTICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E EDUCAÇÃO EM GERAL, PARA TODOS OS INTERESSADOS PELA CULTURA CORPORAL DE MOVIMENTO E A ARTE DE ENSINAR ATRAVÉS DELA!
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Despertar o sentimento
Recebi um texto em 2008, enquanto cursava a licenciatura chamado "Aprender a saborear", de Ivaldo Berlazzo (1996), muito pertinente ao início das reflexões que desejo compartilhar neste espaço.
"Antes de mais nada, portanto, devemos provocar uma mudança de qualidade em nossa relação com o movimento. Sem dúvida nenhuma, é sempre um relacionamento consciente que poderá mudar nossa disposição corporal. Forçar um cidadão a uma disciplina espartana de exercícios sem que suas "sensações de base" - ou "bases sensoriais" - tenham sido despertadas coloca-o inevitavelmente numa falsa perspectiva: ele realizará movimentos como se estes acontecessem apenas a frente de seus olhos, como se os visse numa tela, e isso poderá bloquear definitivamente o seu conhecimento.
Tal fenômeno se dá principalmente porque é muito difícil estabelecer uma relação de prazer com aquilo que não toca direta e prontamente nossos sentidos. Acordar para o movimento é como convencer alguém a gostar de sopa - imagem que me remete ao filme japonês 'Tampopo' (1987), de Juzo Itami. Nesta comédia, vemos um mestrecuca ensinar a um discípulo como tirar o maior proveito de um prato de lámen. Para o ato da degustação, o professor convoca antes todos os sentidos do aluno. Não só o paladar deve ser despertado, mas o olfato, visão, tato e até audição.
Frente ao aprendiz, o cozinheiro combina as cores e formas dos alimentos, corta os legumes e carnes sentindo as várias texturas, deixa o vapor penetrar em suas narinas e revolve a tigela com palitos, imprimindo movimento ao conteúdo. Finalmente serve e saboreia o macarrão e o caldo com algum ruído, manifestando ao mesmo tempo o bem estar provocado pelo calor do alimento. À medida que assiste a tudo isso, as salivações do aluno e da platéia aumentam progressivamente, e é impossível , mesmo não gostando de sopa, sair do cinema sem o desejo de prová-la.
Da mesma maneira, para que se estabeleça uma relação de prazer com o movimento é preciso que o gesto 'acorde' rapidamente em nosso interior ao menos algumas sensações prazerosas. Via de regra, nosso relacionamento com o movimento liga-se aos automatismos do corpo. Os movimentos realizados neste contexto carecem de graça e presença, e o grau de seu aproveitamento é baixo. A recorrência insistente ao automatismo provoca, gradualmente, um acabamento imperfeito de nossos gestos, impedindo eventuais sensações de conforto na ação mecânica do corpo".
Aprender a saborear significa despertar o sentimento e desligar-se dos automatismos a que somos eventualmente submetidos. O movimento precisa ser libertado pois estamos presos sem ter consciência disso. O texto nos convida a despertar as sensações para o movimento e, para isso, nos livrar dos padrões que engessam nossa prática.
A Educação Física e Educação em geral precisa libertar o corpo para que possa "aprender a saborear". Isso é tão poético que soa leve em nossos ouvidos, mas se pensarmos na prática vêm a famosa dúvida: o que faremos? Precisamos sensibilizar nossos alunos mostrando-lhes o valor de cada prática da cultura corporal e quanta riqueza há em cada uma delas. Para fazê-los dançar precisamos perguntar o que sabem sobre dança, conceituar, mostrar diferentes tipos, fazê-los pesquisar uma dança que lhe agrade, mostrar onde podemos ver determinado tipo de dança, construir coreografias, ensiná-los a sentir e que todos somos capazes de dançar. Claro que seria mais fácil copiar uma coreografia da internet ou da TV, mas isso todos nós podemos fazer sem sair de casa, assim como copiar textos e desenhos. Nossa mediação é imprescindível para que possam enxergar as "entre linhas" e ler o mundo da maneira que hoje não lêem.
Eles precisam sentir... precisam se libertar...
"Antes de mais nada, portanto, devemos provocar uma mudança de qualidade em nossa relação com o movimento. Sem dúvida nenhuma, é sempre um relacionamento consciente que poderá mudar nossa disposição corporal. Forçar um cidadão a uma disciplina espartana de exercícios sem que suas "sensações de base" - ou "bases sensoriais" - tenham sido despertadas coloca-o inevitavelmente numa falsa perspectiva: ele realizará movimentos como se estes acontecessem apenas a frente de seus olhos, como se os visse numa tela, e isso poderá bloquear definitivamente o seu conhecimento.
Tal fenômeno se dá principalmente porque é muito difícil estabelecer uma relação de prazer com aquilo que não toca direta e prontamente nossos sentidos. Acordar para o movimento é como convencer alguém a gostar de sopa - imagem que me remete ao filme japonês 'Tampopo' (1987), de Juzo Itami. Nesta comédia, vemos um mestrecuca ensinar a um discípulo como tirar o maior proveito de um prato de lámen. Para o ato da degustação, o professor convoca antes todos os sentidos do aluno. Não só o paladar deve ser despertado, mas o olfato, visão, tato e até audição.
Frente ao aprendiz, o cozinheiro combina as cores e formas dos alimentos, corta os legumes e carnes sentindo as várias texturas, deixa o vapor penetrar em suas narinas e revolve a tigela com palitos, imprimindo movimento ao conteúdo. Finalmente serve e saboreia o macarrão e o caldo com algum ruído, manifestando ao mesmo tempo o bem estar provocado pelo calor do alimento. À medida que assiste a tudo isso, as salivações do aluno e da platéia aumentam progressivamente, e é impossível , mesmo não gostando de sopa, sair do cinema sem o desejo de prová-la.
Da mesma maneira, para que se estabeleça uma relação de prazer com o movimento é preciso que o gesto 'acorde' rapidamente em nosso interior ao menos algumas sensações prazerosas. Via de regra, nosso relacionamento com o movimento liga-se aos automatismos do corpo. Os movimentos realizados neste contexto carecem de graça e presença, e o grau de seu aproveitamento é baixo. A recorrência insistente ao automatismo provoca, gradualmente, um acabamento imperfeito de nossos gestos, impedindo eventuais sensações de conforto na ação mecânica do corpo".
Aprender a saborear significa despertar o sentimento e desligar-se dos automatismos a que somos eventualmente submetidos. O movimento precisa ser libertado pois estamos presos sem ter consciência disso. O texto nos convida a despertar as sensações para o movimento e, para isso, nos livrar dos padrões que engessam nossa prática.
A Educação Física e Educação em geral precisa libertar o corpo para que possa "aprender a saborear". Isso é tão poético que soa leve em nossos ouvidos, mas se pensarmos na prática vêm a famosa dúvida: o que faremos? Precisamos sensibilizar nossos alunos mostrando-lhes o valor de cada prática da cultura corporal e quanta riqueza há em cada uma delas. Para fazê-los dançar precisamos perguntar o que sabem sobre dança, conceituar, mostrar diferentes tipos, fazê-los pesquisar uma dança que lhe agrade, mostrar onde podemos ver determinado tipo de dança, construir coreografias, ensiná-los a sentir e que todos somos capazes de dançar. Claro que seria mais fácil copiar uma coreografia da internet ou da TV, mas isso todos nós podemos fazer sem sair de casa, assim como copiar textos e desenhos. Nossa mediação é imprescindível para que possam enxergar as "entre linhas" e ler o mundo da maneira que hoje não lêem.
Eles precisam sentir... precisam se libertar...
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Objetivo do Blog
Este espaço é destinado a reflexão sobre os grandes temas da Educação Física Escolar e a Educação em geral. Para todos os interessados e curiosos pela cultura corporal de movimento... sejam bem vindos e boa viagem!
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